quarta-feira, setembro 26, 2007
DIFERENTE
Eu sempre me vangloriei de aceitar bem as diferenças de cor, raça, credo, opção sexual, formas. Mas não há aquele 100% imune a preconceitos. Me sentí extremamente incomodada com situações que viví tenho vivido com um amigo muito próximo, e dia desses ele me disse algo como: "todos têm medo do diferente".
Nossos preconceitos são muito mais enraizados e regem nossa vida de maneira muito mais ativa do que possamos imaginar.
Piadas em relação à sexualidade, a cor, etc, podem não ser politicamente corretas, mas são corriqueiras.
Mas do que as pessoas têm medo mesmo é de quem ou daquilo que está próximo e não conhecem.
E, por conta do medo, separamos em nossa cabeça as pessoas por classes, como se cada pessoa não pudesse ter mais de uma característica. Assim, temos os nerds ou os cdf's, os bobos e os espertos, aqueles que fazem farra e os que são sérios demais.
Eu decidí voltar à faculdade. Meus colegas de sala têm, na sua maioria, entre 18 e 25 anos. Estão na fase de aloprar, se divertir, falar só de festa.
Quando eu comentei com meus amigos que faria outra faculdade, muitos questionaram porque não ia para um MBA, ou pós-graduaçao e disseram que eu não agüentaria a rotina de aulas noturnas diárias durante muito tempo. Mas a maioria, quase absoluta, disse mesmo era que eu não ia ter paciência coma criançada.
Eu tenho tido paciência e mais que isso, tenho adorado o convívio com gente que não apenas tem idades diferentes, mas vêm de classes diferentes, tipos familiares diferentes.
Descobrí que o bom de conviver com uma turma que acaba de sair da adolescência é o sopro de "empolgação" que a gente ganha. Pelo fato de eu poder me lembrar, o tempo todo, das loucuras que cometí entre meus 16 a 20 anos, e saber que, apesar da falta de juízo, estou aqui vivinha.
O ruim é que muitas vezes me sinto uma velha coroca, quadrada [de pensamento] e redonda [ohh! é difícil ver as meninas tão novas com seus corpos e mentes super elásticos.
Talvez por conta da maturidade, minha postura hoje é diferente. Até a minha primeira faculdade eu não me divertia e me permitia certos abusos por ser chata e moralista demais e não era boa aluna porque era preguiçosa demais.
Hoje, sou boa aluna porque voltar aos bancos da escola foi opção, porque falo de assuntos que gosto e porque não estou nesse mundo para torrar grana que eu mesma suo para ganhar [quer dizer que antes eu num dava valor à grana de papis? não...quer dizer apenas que eu era simplesmente perdida mesmo. e que ,lógico, era mais fácil não dar valor a algo que eu não penava para ter].
MÃÃÃÃÃS, eu fiquei bem incomodada foi com meu preconceito em relação aos meus colegas e o deles em relação à mim.
E tudo tem muito mais a ver com o QUE pensamos a respeito dos outros.
Uma colega chegou espantada porque, vejam vocês, eu fumo, eu bebo, eu beijo! Eu! "Tão certinha".E culminou em um "VOCÊ É DIFERENTE". - O que imediatamente colidiu com os pontos que mais afetam minha auto-estima.
[E meus pensamentos mais sujos rondam minha cabeça e eu concluo...melhor deixar assim que ser julgada por outras coisas...].
O que esperam de mim não tem que afetar - e não afetou - o que eu sou. Então, qual a surpresa? A surpresa é que o que esperam de mim é o que eu apresento, represento, em proteção.
Do meu lado, eu tive medo de me sentir péssima [e já me sentia] de estar no meio de uma turma muito mais nova que eu. Me sentia ridícula e achava que ia encontrar um bando de gente caída de tanto beber ou sabe-se lá mais o que. Porque afinal, meus amigos, UAU, já são mais velhos. Já são economicamente independentes. Já são, digamos, adultos.
Ledo engado. Da minha colega e meu.
Porque as pessoas passeiam entre várias características. Minha noção de responsabilidade mudou, mas meu desejo por me divertir não e um pode, de fato, acrescentar no outro. Assim como, eu, do meu lado, entendí que todo mundo tem o que aprender... e que os mais velhos ficam chatos porque não se permitem ser abobalhados e pensam saber de tudo.
Eu gosto muito de transitar, quase livremente, entre vários mundos diferentes, meus ou não.
Porque o que vale é convívio mesmo. Teses não vão me garantir nada melhor na vida. E é bom demais descobrir que a gente não precisa carregar os mesmos comportamentos e as mesmas verdades o tempo todo.
E eu acho que esse testamento tem muito a ver com o título do blog, "Vadia & Correta".
[Mas isso, explicarei outra hora. De novo. Mesmo já tendo feito antes.]

Conhecemos cada vez menos as pessoas, impomos limites para que nos mostremos, também, cada vez menos



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segunda-feira, setembro 24, 2007
Alma
Meus textos perderam, durante meses, letras e formas. Transformaram-se em pensamentos tortos, quase sempre inquietos.Afastei-me das letras, porque o que não está escrito, se perde no vento... quase tudo.Só as palavras duras, ou os sonhos que já morreram mas, às vezes, vêm assombrar.

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sexta-feira, setembro 21, 2007
Never let it go.

Sempre bradei contra o que quiseram me impor.
Não queria ser apenas uma garota no mundo e conseguí, dentro do meu mundinho, não ser.
Lutei sempre para não ser a menininha que tem bons modos e não faz piada nas mesas, simplesmente, porque meninas não fazem isso.
Mas eu nunca soube o quanto de mulherzinha EU mesma queria ser esse tempo todo. E quanto eu me escondí e o quanto eu me limitei.
Como se um cruzar de pernas pudesse cruzar neurônios e me fazer perder algum conhecimento.
E daí que perdí o tempo e o tino.
Não virei uma forma masculina, não. Apenas perdí muitos momentos de delicadeza intrinscicamente ligados ao jeito mulherzinha de ser. Perdí olhares masculinos lascivos e minha auto-estima despencou.
Não aprendí a fazer jogos provocativos, como se todos os jogos fossem sujos.
Me contentei em dar as mãos a quem me puxasse, independente se alí eu perderia um braço inteiro. Não quis observar, não soube jogar jogar, não pude escolher.

Apenas deixei acontecer. E deixei acontecer tanta coisa pouca que acabei me tornando pouca para mim mesma.

E acreditei que um pouco mais seria impossível. E culpei corpo, sociedade, homens. Me culpei.

Mas me disseram, que na verdade, nunca me mostrei.

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terça-feira, setembro 18, 2007
Coming Back

A vonta de de escrever já estava grande, mas faltava coragem. E não é no sentido de tempo, ou preguiça. Nada de metáforas.

Coragem mesmo. Quando não escrevemos nossos pensamentos, ou quando não contamos o ocorrido a outros... é como se não existisse. Por isso que manter um diário - não um blog - é difícil.
Tente.
Tente confessar-se para você mesmo. É normal que em fases de negação você simplesmente deixe o diário de lado.
E coragem também, porque afinal... quem sou eu para ter algo a dizer. Bah! Mas olhemos à volta. "Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada". Ou seja. Também posso atender aos meus caprichos.

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