Não escrever poesia I - Metade

segunda-feira, abril 28, 2008
Pela rua a menina ia
Oh! Que esguia!

Passos tranqüilos
Leves
De quem tem poucos quilos
Breves

Nunca sofreu deboche
Comida não há quem lhe entoche
Da moda foi fantoche
Podia ser apenas um broche

Mas roliça amiga queixava
E a modelo, lamentação ouviu
Toda a sociedade direito se dava
De chamá-la de barril

A fofinha sabia
Que a felicidade nunca seria completa
No espelho se ver não queria
Enquanto mantivesse a mesa repleta

Mas as orelhas fofas
O som horrível não abafaram
A notícia chegou pelas bocas
As mesmas que a enxovalhavam

Estava magrela!
Só podia dar nisso!
Se eu fosse ela
Preferia virar um chouriço!

Durante a vida
Enfraquecidas ficaram as duas
Era difícil a bebida
Quando ficavam nuas

O mesmo sonho, só uma delas alcançou
E foi tão rápido e forte!
E foi tanta a emoção!
Que não teve sorte
O corpo, não agüentou.


Era um exercício. Ver uma notícia e escrever um poema em cima. Peguei a notícia da modelo de 21 anos que faleceu de anorexia. Adaptei um pouco para a minha realidade, de gordinha.

É um texto que dedico para todas as amigas que vivem lutando contra a balança, mesmo sendo fraquinho. Um beijo especial para a Nalu. Porque está tendo coragem de viver, a despeito dos quilos a mais.

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posted by UMA MENINA DE FAMÍLIA at 12:42 AM, |

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