sexta-feira, setembro 21, 2007
Never let it go.

Sempre bradei contra o que quiseram me impor.
Não queria ser apenas uma garota no mundo e conseguí, dentro do meu mundinho, não ser.
Lutei sempre para não ser a menininha que tem bons modos e não faz piada nas mesas, simplesmente, porque meninas não fazem isso.
Mas eu nunca soube o quanto de mulherzinha EU mesma queria ser esse tempo todo. E quanto eu me escondí e o quanto eu me limitei.
Como se um cruzar de pernas pudesse cruzar neurônios e me fazer perder algum conhecimento.
E daí que perdí o tempo e o tino.
Não virei uma forma masculina, não. Apenas perdí muitos momentos de delicadeza intrinscicamente ligados ao jeito mulherzinha de ser. Perdí olhares masculinos lascivos e minha auto-estima despencou.
Não aprendí a fazer jogos provocativos, como se todos os jogos fossem sujos.
Me contentei em dar as mãos a quem me puxasse, independente se alí eu perderia um braço inteiro. Não quis observar, não soube jogar jogar, não pude escolher.

Apenas deixei acontecer. E deixei acontecer tanta coisa pouca que acabei me tornando pouca para mim mesma.

E acreditei que um pouco mais seria impossível. E culpei corpo, sociedade, homens. Me culpei.

Mas me disseram, que na verdade, nunca me mostrei.

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posted by UMA MENINA DE FAMÍLIA at 12:47 PM, |

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